Olá!
Segunda parte da nossa série de vídeos e posts sobre Lisboa.
Esse post (e vídeo) ficou muito mais longo porque no nosso segundo dia na cidade caminhamos beeeem mais do que no primeiro. Aliás, se você chegou aqui e ainda não viu a primeira parte, clique aqui.
O nosso dia começou no Largo das Portas do Sol, onde do miradouro (em Portugal, mirante é miradouro… 😉 ) se pode observar todo o bairro de Alfama, o bairro mais antigo de Lisboa e também um dos mais típicos. Nós não passeamos pelo bairro, mas lá você encontra vários restaurantes e casas de fado e acredito que é um local que vale a pena passar algumas horas.
Saímos de um miradouro para ir até o outro que fica a apenas alguns passos de distância, o Miradouro de Santa Luzia. Junto ao miradouro tem a Igreja de Santa Luzia e dois painéis de azulejo, um mostrando a Praça do Comércio antes do terremoto que Lisboa sofreu em 1755 e outro mostrando o ataque dos cristãos ao Castelo de S. Jorge. Desse miradouro se tem praticamente a mesma vista do que do miradouro anterior, do Largo das Portas do Sol. No dia que fomos estava frio e bem nublado, mal dava para ver o Rio Tejo lá de cima, mas mesmo assim vale a visita.
Continuamos descendo a ladeira, com destino à Praça do Comércio. Nessa rua (Rua Augusto Rosa) que descemos, passam vários elétricos (bondinho) e entre eles o 28, o bondinho mais famoso de Lisboa. Ele passa pelas colinas e ruazinhas medievais da cidade e fazem parte do transporte público. O elétrico 28 passa por alguns dos principais monumentos de Lisboa e por isso é super turístico. A linha foi inaugurada em 1914 e os bondinhos, que são de madeira, foram importados dos Estados Unidos com o objetivo de substituir as antigas carruagens puxadas a cavalo.
Resolvemos parar na cafeteria do Museu do Aljube para tomar um café e usar o banheiro. Esse museu é dedicado à memória do combate à ditadura e da resistência em prol da liberdade e da democracia. Não estava na nossa rota inicial, mas valeu a pena entrar e conhecer um pouco mais da história da ditadura em Portugal. A entrada é grátis e da cafeteria se tem uma vista muito bonita da cidade. Para mais informações sobre o museu, clique aqui.
Em seguida passamos em frente a Sé de Lisboa, a catedral da cidade, também conhecida como Igreja de Santa Maria Maior. A construção da catedral teve início na metade do século XII, após D. Afonso Henriques tomar a cidade, até então território dos mouros. Antes da invasão dos cristãos, no lugar da Sé de Lisboa, ficava uma mesquita.
A igreja foi um dos edifícios que sofreu muito com o terremoto de 1755, então foi reconstruída e reformada várias vezes. Não entramos na Sé porque ainda tínhamos vários lugares para visitar e eu queria “correr” para conseguir ver o máximo em um dia! Bem maluca, hehe… 😀
Descendo mais um pouco, está a Igreja de Santo António de Lisboa. Santo Antônio, aquele “casamenteiro” que todo brasileiro conhece ou porque é católico ou por causa das festas juninas, nasceu em uma casa que ficava onde essa igreja foi construída. Dizem que o local exato onde ele nasceu, fica na cripta da igreja. Não paga para entrar e claro que fui ver, fotografar e filmar para mostrar pra vocês! É muito interessante escutar sobre algo/alguém a vida toda e depois poder estar onde essa pessoa nasceu. Ah! E para quem é devoto ou quer saber mais sobre Santo Antônio, ao lado da igreja tem um museu dedicado a ele.
Finalmente chegamos na Praça do Comércio, ou Terreiro do Paço. A Praça do Comércio fica na Baixa Lisboa, junto ao Rio Tejo, na área onde ficava o palácio dos reis de Portugal e hoje está ocupado por ministérios e outros departamentos governamentais. É uma das maiores praças da Europa, com 36 mil metros quadrados. A praça é considerada o centro oficial da capital e do governo do país.
No século XVI, o rei D. Manuel I transferiu a sua residência do Castelo de São Jorge para o Terreiro do Paço. O palácio foi destruído durante o terremoto e a praça como é hoje foi reconstruída pelo Marquês de Pombal, assim como grande parte da cidade.
Na Praça do Comércio se encontra o Arco da Rua Augusta, o arco do “triunfo” de Lisboa. Quando a praça foi reconstruída, o arco foi projetado, mas a construção foi concluída apenas em 1873, portanto foram mais de 100 anos para projetar e concluir o arco. Em cima do Arco da Rua Augusta tem um miradouro, custa 2,50 euros para subir (elevador + escada). Lá de cima se tem uma vista 360 graus da Baixa Lisboa (região que vai da Praça do Comércio até a Praça do Rossio). Dica: de cima do arco dá pra tirar ótimas fotos da Praça do Comércio e da Rua Augusta.
Descemos do arco e fomos passear pela Rua Augusta. Essa rua é muito famosa e liga a Praça do Comércio a Praça do Rossio (Praça D. Pedro IV). A rua começa no Arco da Rua Augusta e tem várias lojas, restaurantes, cafés e também artistas de rua, artesãos, vendedores ambulantes, floristas e vendedores de castanhas. Nos anos 80 a rua foi fechada para a passagem de carro, então, é exclusivamente de pedestres.
Na Rua Augusta resolvemos parar para comer alguma coisa e escolhemos a Casa Portuguesa do Pastel de Bacalhau. “Pastel” de bacalhau em Portugal, é o que nós brasileiros chamamos de bolinho de bacalhau. Comemos o tal bolinho, recheado com queijo da Serra da Estrela, acompanhado de Vinho do Porto branco. Gente, que delícia!! Queria logo comer uns três! Não é baratinho, custa 7 euros um bolinho com uma tacinha de vinho, mas na minha opinião vale a pena.
Continuamos caminhado pela Rua Augusta e entramos na Rua do Ouro. Nessa rua está o elevador Santa Justa (ou elevador do Carmo), que liga a Rua do Ouro a Rua do Carmo. Esse elevador é um dos monumentos mais interessantes da cidade, a estrutura é de ferro fundido e tem 45 metros de altura. Foi inaugurado em 1902 e funcionava a vapor, mas em 1907 começou funcionar à energia elétrica.
Em 2002 o elevador Santa Justa foi classificado Monumento Nacional. A bilheteria fica atrás da torre e os passageiros podem descer ou subir, cada “via” custa 2,50 euros.
Tinha uma filinha e resolvemos não usar o elevador para ir até o próximo ponto de nosso interesse, o Museu Arqueológico do Carmo, antigo Convento do Carmo. Pelo elevador é a forma mais fácil, mas caminhando é a forma mais barata e dependendo da fila, mais rápida…
O Museu Arqueológico fica no Largo do Carmo. O convento foi fundado no séc. XIV, ficou em ruínas devido ao terremoto de 1755 e nunca foi reconstruído, atualmente abriga o museu. Quando planejamos a viagem, coloquei o Convento do Carmo na minha lista de “lugares pra ver” porque acho incrível como ficou a “arquitetura” das ruínas. O museu também e muito interessante, e para mim a principal atração foram as múmias, uma egípcia e duas peruanas que eles exibem. Infelizmente não pude fotografar e nem filmar dentro do museu. O valor de entrada é 3,50 euros. Para mais informações, clique aqui.
Saímos do museu e já estava escurecendo, mas mesmo assim resolvemos caminhar e filmar mais um pouco. Fomos caminhando até a Praça Dom Pedro IV (ou Praça do Rossio), onde fica o Teatro Nacional D. Maria II, um edifício bem bonito, principalmente com a iluminação noturna. O Teatro Nacional abriu foi inaugurado no ano de 1836, durante as comemorações dos 27 anos da rainha Maria II, por isso o edifício leva o nome dela.
Pertinho da praça, fica a Estação Ferroviária do Rossio, ou Estação Central de Lisboa. A estação tem um prédio com uma arquitetura linda e é dela que parte o trem para ir até Sintra, uma cidadezinha super charmosa que fica perto de Lisboa (futuramente vai ter vídeo e post sobre Sintra aqui no Eu Só Quero Tudo).
Caminhamos mais um pouco e chegamos na Praça dos Restauradores. No meio na praça tem um obelisco de 30 metros de altura, que é o Monumento aos Restauradores, inaugurado no séc. XIX, para comemorar a libertação do país do domínio espanhol. Na Praça dos Restauradores fica um centro de informações turísticas, chamado Ask Me Lisboa. Nesse lugar você pode saber mais da cidade, tirar dúvidas sobre o que visitar, como se locomover, enfim um ótimo lugar se você estiver meio “perdido”. Ah, existem outros centros como esse espalhados por Lisboa.
Do ladinho da Praça dos Restauradores, sai o Elevador da Glória, que liga a praça ao Jardim São Pedro de Alcântara. O elevador (ou ascensor) chega a transportar anualmente mais de 3 milhões de passageiros. Foi inaugurado em 1855 e até finais do século XIX, durante as viagens noturnas, a iluminação dentro da cabine era feita com velas. Em 2002 foi classificado como Monumento Nacional. O elevador, assim como os elétricos, também faz parte do transporte público da cidade.
Esperamos um pouquinho para subir com o elevador, mas estávamos com um pouco de pressa e o “motorista” não chegava logo, então resolvemos encarar a ladeira a pé. Subidinha mais ou menos, viu?!!
Chegamos no Miradouro e Jardins São Pedro de Alcântara, mais um lugar com uma vista incrível da cidade, construído no século XIX. É um dos miradouros mais emblemáticos da cidade e mesmo depois que o sol vai embora, vale a pena dar uma passada por lá. No jardim fica um quiosque então é um lugar ótimo para um cafezinho ou uma cerveja.
Como tínhamos que caminhar mais um pouco para pegar nosso rumo para o camping, fomos até o Café A Brasileira. A intenção era tomar um cafezinho, mas estava super lotado (dentro e fora!) e acabamos desistindo. O A Brasileira é mais um desses lugares icônicos de Lisboa. Foi fundado no ano de 1905 e ali se reuniam várias personalidades da cultura portuguesa para bater papo e tomar uma “bica” (cafezinho). Na frente, sentada em uma mesinha, tem uma estátua de Fernando Pessoa, que é bem concorrida para fotos.
Mapa da nossa rota:
E assim terminamos mais um dia (e um post!) em Lisboa. Vocês cansaram de caminhar comigo hoje?! Escrevendo o post e refazendo o caminho mentalmente, vou confessar que cansei, viu?! Mas, vai falar que não vale a pena esses passeios a pé por cidades incríveis. Super vale! De dentro de ônibus/táxis/metrôs, nem sempre conseguimos sentir a cidade como ela deve ser sentida.
Aguardo vocês aqui semana que vem para a terceira parte desse passeio e assistam o vídeo abaixo para uma experiência completa pela capital de Portugal! 😉
Vídeo:
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