Sagrada Família

Quem me segue no Instagram sabe que eu morava pertinho do Templo Expiatório da Sagrada Família, um dos monumentos mais visitados da Espanha (vive disputando o primeiro lugar com La Alhambra, que está em Granada e escrevi um post sobre ela aqui). E como minha casa ficava na mesma rua da igreja, sempre passava em frente e era impossível ignorá-la, e com isso, tenho muitas fotos das fachadas e mais várias outras fotos das três visitas que fiz ao templo.

A Sagrada Família é um templo católico que teve sua construção iniciada no ano de 1882, a partir de um projeto de Francisco de Paula del Villar y Lozano e que foi assumido em 1883 pelo famoso arquiteto Antoni Gaudí, quando ele tinha apenas 31 anos de idade. Quarenta anos da vida de Gaudí foram dedicados a construção do templo, sendo os últimos 15 anos de dedicação exclusiva à Sagrada Família. Antoni Gaudí deixou definido o conjunto do projeto e detalhes importantes antes de falecer, no ano de 1926. Vários arquitetos deram continuidade a obra, seguindo a ideia original de Gaudí.

Foto da Sagrada Família em 1915

A Sagrada Família está inacabada e a conclusão da construção está prevista para 2026, ano do centenário da morte de Antoni Gaudí. Por isso que nas fotos que vocês verão abaixo, parece que ela está sendo reformada, restaurada, ou algo do gênero… Mas, não! Ela continua sendo construída… Desde 1882!! E isso é um dos motivos pelo qual o templo é tão incrível e um monumento “obrigatório” de se visitar quando se vai a Barcelona. De onde sai o dinheiro para a construção? De doações e das visitas dos turistas.

A Sagrada Família é visitada por milhões de pessoas a cada ano. É o ponto turístico mais conhecido e característico da cidade de Barcelona. A primeira vez que visitei o templo foi no começo de 2012, a segunda em agosto de 2013 e a terceira vez foi em março desse ano. Nessas visitas eu percebi várias mudanças e sempre descobri algum detalhe que não tinha visto antes. É um edifício incrível em todos os sentidos.

Quando o templo estiver pronto, terá 18 torres, 12 dedicadas aos apóstolos, 4 aos evangelistas, uma a Jesus a outra a Maria. A construção toda é cheia de simbolismos religiosos e formas da natureza. Dentro do templo, as colunas tomam forma de tronco de árvores e é como se estivéssemos em um bosque de pedras, simplesmente incrível! Quando terminada, terá três fachadas: a da Natividade, da Paixão e a da Glória.

A fachada da Natividade simboliza o triunfo da vida e mostra a criação através do nascimento de Jesus. Começou ser construída em 1892 e foi a que Gaudí deixou mais adiantada. Em 1926, antes do arquiteto morrer, ele vai ver ser coroada a torre de São Bernardo. As outras três torres foram terminadas em 1930. 

Fachada da Natividade (foto acima e as 3 fotos abaixo)

A fachada da Paixão (fotos abaixo) explica a paixão, a morte, a ressurreição e a ascensão de Jesus. As quatro torres dessa fachada estão dedicadas aos apóstolos Jaime, Bartolomeu, Tomé e Filipe.

Portas da fachada da Paixão esculpidas em bronze por Josep M. Sobirachs. Contém os textos do evangelho de São Mateus e São João que narram os últimos dias de vida de Jesus.

A fachada da Glória (foto abaixo) será a fachada principal do templo. Explicará a origem e o fim da humanidade e os caminhos que segundo os ensinamentos de Jesus conduzem a plenitude pessoal e à glória. A porta central do portal maior, também obra do escultor Josep M. Sobirachs, contém na sua parte exterior o texto do Pai Nosso completo em catalão e a frase “Nosso pão de cada dia nos dai hoje” em cinquenta idiomas, como expressão da universalidade e irmandade entre línguas e culturas. 

Através de um elevador, é possível subir nas torres da fachada da Paixão e da Natividade e lá de cima se tem uma vista espetacular da cidade e se pode ver de mais perto alguns dos detalhes da arquitetura, inclusive um canteiro de obras que montaram em cima do templo (fotos abaixo).

O interior da basílica é muito iluminado. As janelas, as abóbodas, as clarabóias, tudo foi pensado por Gaudí para que a luz penetrasse em esse espaço criando uma atmosfera de recolhimento e oração (fotos abaixo).

A cripta

Eu poderia deixar esse assunto para outro post, porque esse já está longo o suficiente, mas não quero que mais pessoas fiquem sem essa informação como eu fiquei por um tempão. A cripta da Sagrada Família, apesar de estar ali, a apenas alguns passos do lugar que vendem o ingresso de entrada para a basílica (entrada da Rua Sardenya, onde fica a fachada da Paixão), é uma desconhecida da maioria dos turistas. Fiquei sabendo da existência dela uns meses depois de me mudar para Barcelona, mas apenas fui conhecê-la no passado mês de março e acabei voltando lá outro dia, só para admirar.

Não acredito que exista um grande interesse em divulgar a cripta, até porque não suportaria a quantidade diária de pessoas que visitam o famoso ponto turístico. A cripta é aberta ao público e não é necessário pagar entrada. Apenas o horário é um pouco mais restrito do que o da basílica (informações com os horários da Sagrada Família e da cripta no fim do post).

Nela se celebram missas e é como se fosse o coração da basílica. Quando Gaudí assumiu a construção a cripta já estava pronta, mas ele fez algumas mudanças. E é lá que o arquiteto está enterrado, o que eu acredito que seria mais um motivo para acontecer uma infestação de turistas se essa informação fosse divulgada massivamente.

Capela Nossa Senhora do Carmo, onde Gaudí está sepultado.

Escultura localizada na abóbada da cripta, chamada Anunciación, obra do escultor catalão Joan Flotats (acima).

Informações úteis para quem quer visitar a Sagrada Família:

– Horário

De novembro a fevereiro, das 9 h as 18 h

De abril a setembro, das 9 h às 20 h

Março e outubro, das 9 h às 19 h

25 e 26 de dezembro e 1 e 6 de janeiro, das 9 h às 14 h

– Horário cripta:

De segunda-feira a sábado, das 09 h às 10 h e das 18 h às 21 h

Domingos e feriados, das 09 h às 14 h e das 18 h às 21 h

25 e 26 de dezembro e 1 e 6 de janeiro, das 9 h às 14 h

– Preços: podem variar de acordo com o tipo de ticket escolhido (apenas a basílica, basílica + torres, com ou sem guia/audioguia…). Os preços atualizados você encontra aqui.

– Transporte:

Linhas de metro – L2 ou L5, parada Sagrada Familia.

Ônibus: 19, 33, 34, 43, 44, 50, 51, B20 e B24.

Mais informações: http://visit.sagradafamilia.cat

Minha dica: às vezes a fila de entrada está tão longa, que o tempo de espera pode passar de uma hora, portanto, a melhor opção é comprar sua entrada online (com ela nas mãos, você não precisa ficar na fila). Para comprar online, clique aqui.

Se quiser mais informações práticas para visitar a Sagrada Família, clique nesse link, do blog Sol de Barcelona, da minha amiga Cristina Rosa, ela é guia de turismo e moradora de Barcelona, portanto sabe do que está falando.

Nessa vídeo você pode ver como ficará a Sagrada Família quando pronta: