Destinos, Viagem

Amsterdam – Holanda – Parte 1

03/09/2018

Amsterdam é a capital da Holanda (ou Países Baixos) e é a cidade mais populosa do país com mais de 800 mil habitantes. Se contarmos a área metropolitana temos mais de 2,4 milhões de pessoas. A cidade fica na província da Holanda do Norte, mas a capital da província não é Amsterdam, e sim Haarlem.

Amsterdam atrai milhões de visitantes por ano, e o que atrai esse montão de gente são os canais históricos, vários museus, o Bairro da Luz Vermelha e também seus famosos coffeeshops. É uma cidade muito moderna e podemos dizer que “tolerante” quando falamos de drogas, sexo, religião, então acaba atraindo muitos jovens e festeiros de plantão. 🙂

Começamos o dia na Amsterdam Centraal, principal estação ferroviária da cidade. Dela saem trens para outras cidades e países, e também passam algumas linhas de metrô (nós ficamos no Camping Gaasper e até a estação, de metrô, levou uns 30 minutos). Na praça em frente a estação também têm pontos de ônibus e de bonde.

A Amsterdam Centraal foi um projeto do arquiteto Pierre Cuypers e sua construção aconteceu no séc. XIX. Para construir o edifício foi necessário construir também uma ilha artificial e usar milhares de pilares de madeira para sustentar a estrutura.

Dentro da estação tem restaurantes e cafés, caso você queira fazer uma boquinha antes ou depois de uma viagem de trem. Quando passamos por lá a fachada estava em reforma como vocês podem ver na foto logo abaixo.

Amsterdam Centraal

Saímos caminhando com direção a Oude Kerk, mas resolvemos fazer um lanchinho antes porque passear com a barriga vazia não nos agrada, hehe…

Fomos no Febo para comprar uns snacks! 😀 O Febo é uma rede de fast-food holandesa e tem várias lojas em Amsterdam. Funciona de uma forma bem diferente do que estamos acostumados por aí: dentro do restaurante tem uma espécie de vitrine com várias portinhas. Dentro dessas portinhas tem croquetes, hambúrgueres e outros salgados. Os produtos são precificados e para comprar é só colocar o valor exato em moedas e apertar o botão, seguindo esses passos “magicamente” a portinha abre para você pegar o seu lanche (no vídeo no fim do post eu mostro como funciona!). Também tem um balcão com atendente para comprar batata frita e bebida. Dica: achei o hamburguinho meio “blé”, gaste seu rico dinheirinho com os croquetes, que são bem gostosos! 😀

Febo, Amsterdam

Agora sim! Pancinha cheia = alegria, então estávamos pronto para começar o oficialmente passeio.

Atravessamos a rua, ou melhor, o canal e na nossa frente estava a Oude Kerk, a construção mais antiga de Amsterdam. Ela é uma igreja e também um museu onde acontecem exposições de arte contemporânea. Lembrando que, a Oude Kerk está dentro do Bairro da Luz Vermelha, então não se assuste se você começar ver umas “garoutas” de lingerie pelas vitrines.

A origem dessa igreja vem do séc. XIII, quando ela era só uma capela de madeira. Naquela época tinha muitos marinheiros e pescadores em Amsterdam e era uma igreja importante para eles. Em 1306 ela foi oficialmente dedicada a São Nicolau, santo padroeiro dos pescadores/marinheiros/mercadores. E depois foram aumentando, reformando, construindo, até ficar assim como vemos hoje (foto abaixo). Valor da entrada: 10 euros.

Oude Kerk

Okay, já que eu o citei, vamos falar dele, o De Wallen (Bairro da Luz Vermelha)! Esse é um bairro famoso de Amsterdam, e é uma zona de prostituição legalizada. Além das mocinhas “expostas”, no De Wallen também tem restaurantes, bares, cafés, sexshops e museus.

No séc. XIII, Amsterdam era um porto bem importante e com isso, a prostituição acabou naturalmente se instalando no bairro. Claro que já tentaram tirar as moças da região, mas não conseguiram e no fim das contas, legalizaram a prostituição. Com a legalização, existem leis, normas, regulamentos e as prostitutas pagam impostos como qualquer outro trabalhador.

Continuamos caminhando, passamos em frente alguns coffeeshops, entre eles o The Bulldog (coffeeshops mais famosos de Amsterdam), e resolvemos entrar no Green House Centrum.

The Bulldog Coffeeshop, Amsterdam

Apesar do nome, os coffeeshops de Amsterdam não são lugares onde as pessoas vão para comprar um café (mas alguns até servem café, caso do Green House que fomos!).

Green House Centrum, Amsterdam

Como muitos sabem, Amsterdam é uma cidade tolerante com o consumo de drogas leves (maconha/haxixe). Lembrando que o  consumo é TOLERADO e não LEGALIZADO. Coffeeshops são os estabelecimentos onde as pessoas compram e consomem maconha. Eles são uma atração turística na cidade e só entra quem tem mais de 18 anos. Acreditem ou não, nós entramos no Green House apenas para tomar um café (e porque somos curiosinhos) e pegamos nosso caminho da roça em direção a Praça Dam.

A Praça Dam é um dos principais pontos turísticos da cidade e ao redor dela tem bares, lojinhas, restaurantes, além de alguns prédios históricos, como o Palácio Real (séc. XVII), que é um dos quatro palácios oficiais da Holanda.

Nessa praça aconteceram vários protestos, revoltas, tiroteios e no final da Segunda Guerra Mundial ocorreu um episódio onde os soldados alemães mataram cidadãos inocentes.

Na Praça Dam também está o Monumento Nacional, em memória dos mortos durante a Segunda Guerra, a Nieuwe Kerk (séc. XV), que é uma igreja consagrada a Santa Maria e Santa Catarina (hoje em dia é um lugar que comporta exibições de arte, um café, recitais…) e o Museu de Cera Madame Tussauds.

Palácio Real na Praça Dam em Amsterdam.

Monumento Nacional, Praça Dam, Amsterdam

Nieuwe Kerk, Praça Dam, Amsterdam

Fomos caminhando pela Rua Rokin até o Bloemenmarkt, que é um mercado de flores, que existe desde o séc. XIX e é o único mercado de flores flutuante do mundo (são várias lojinhas flutuando no canal, dá uma olhada na foto abaixo). Quando ele foi criado, os produtores ancoravam os barcos às margens do canal Singel para venderem suas plantas, com o tempo acabou virando algo fixo. É um local super tradicional de Amsterdam e ótimo para comprar lembrancinhas. 😉

Bloemenmarkt em Amsterdam

Tulipas lindíssimas no Bloemenmarkt.

Caminhamos mais um pouco e chegamos na Spui, que é uma praça e um destino muito popular entre os amantes de livros (toda sexta-feira acontece uma feira de livros nessa praça) e além dos bares e cafés, também tem várias livrarias espalhadas ao redor. Aos domingos acontece um mercado de arte no local, das 10h às 17h (menos no inverno).

E na praça mesmo tem uma entrada para o Begijnhof, que é o Jardim das Beguinas. Ele abre diariamente de 9h a 17h. O Begijnhof é um pátio interno que foi fundado por volta do séc. XIV, para as Beguinas morarem. Elas eram como freiras, mas tinham mais liberdade. A maioria dos predinhos são residenciais, mas tem uma igreja no pátio e também uma capela escondida nas casas de número 29 e 30. Essa capela fica “escondida” porque quando aconteceu a Reforma Protestante, as Beguinas conseguiram uma autorização especial para continuar tendo uma igreja para rezar, no entanto uma das condições era que essa igreja não parecesse com uma igreja (externamente).

Begijnhof

E dali fomos para as 9 Straatjes, ou 9 Ruazinhas. Como o próprio nome diz, são 9 ruas curtas (Reestrat, Hartenstraat, Gashismolensteeg, Oude Spiegelstraat, Wolvenstraat, Berenstraat, Wijde Heisteeg, Huidenstraat, Runstraat), com lojas, cafeterias, lugares para fazer um lanchinho e outros lugares descolados. Ficam em um bairro super charmoso, chamado Jordaan.

O Jordaan é um lugar mais tranquilo que outras áreas da cidade, ou seja, tem menos turistas. Hoje em dia, no bairro vivem pessoas de classe média e média alta, mas quando surgiu, no séc. XVII, era um lugar de imigrantes e operários.

Nessa altura do campeonato já estávamos com fome novamente e fomos caçar algo pra comer. Paramos no Singel 404, que fica no canal Singel, número 404 (viu só, isso que é escolher um nome prático para o seu comércio!!). Eles são famosos pelos sanduíches e esse foi nosso pedido: sanduíches no prato! Estavam deliciosos e o preço não é o fim do mundo. Gostamos muito!

Parece uma salada, mas é um sanduíche aberto! 😀

Nosso dia já estava quase no final e eu queria tentar visitar mais um lugar…

Caminhamos até a Westerkerkque é uma igreja protestante, construída no séc. XVII. Os restos mortais do pintor Rembrandt ficam dentro dessa igreja. Tentamos entrar mas já estava fechada…

Na Westerkerk foi onde em 1966, se casou a Rainha Beatriz, mãe do atual rei da Holanda. Anne Frank menciona várias vezes a igreja em seus diários… E, o que fica do ladinho da igreja?! A Casa Anne Frank.

A Casa Anne Frank é um museu que foi fundado em 1960 em memória de Anne Frank. Fica no prédio onde ela, sua família e outras 4 pessoas judias ficaram escondidas durante os anos da ocupação nazista na Holanda, durante a Segunda Guerra Mundial. Foi nesse local onde ela escreveu seu famoso diário.

Bom, e quem foi Anne Frank? Annelies Marie Frank foi uma adolescente alemã, de origem judaica, nascida em 1929 e que morreu em 1945, vítima do holocausto. Ela ficou famosa depois que seu diário foi publicado e traduzido para várias línguas.

Em 1933 estavam acontecendo manifestações antissemitas na Alemanha, e o pai de Anne, Otto Heinrich Frank, já temendo o que poderia acontecer, migrou com a família para a Holanda. Eles tiveram uma vida normal por seis anos em Amsterdam, mas em 1940 os nazistas invadiram a Holanda, e começaram perseguir os judeus. Em 1942 a família de Anne resolveu se esconder em cômodos secretos do prédio onde ficava a empresa de Otto. Próximo ao final da guerra eles foram traídos e mandados para campos de concentração. Anne e Margot (sua irmã), foram levadas para Bergen-Belsen, e morreram lá, provavelmente de tifo (doença epidêmica).

Depois da morte de Anne, seu pai, que foi o único da família que sobreviveu, resolveu publicar o diário. O diário original e outros cadernos estão expostos no museu. O local recebe quase 1 milhão de visitantes por ano.

E quando chegamos lá vimos que realmente muita gente visita o museu… 😛 Desistimos de entrar porque a fila estava gigantesca e teríamos que ficar algumas horas esperando (e o tempo estava virando pra chuva). Dava para ter comprado online com antecedência?! Dava! Mas tem que ser com uma antecedência boa, porque eu tinha tentado uns dias antes e o site nem abria (acredito eu que estava com muitos acessos). Dica: assim que souber sua data de visita a cidade, compre o ticket online! 😀

Casa Anne Frank (edifício do meio da foto).

E esse foi nosso primeiro dia de passeio por Amsterdam. Logo volto aqui para falar (escrever!) sobre o segundo dia. 😉

Mapa do nosso roteiro:

 

Vídeo do primeiro dia em Amsterdam:

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