Nosso segundo dia em Londres começou na Tower of London (ou Torre de Londres).
Mas antes de continuar a leitura, se você não viu o nosso primeiro dia na cidade, clique aqui.
A história da Torre de Londres começa com William the Conqueror (Guilherme, o Conquistador) e a conquista normanda da Inglaterra em 1066. A conquista normanda foi a invasão e ocupação da Inglaterra no século XI, por um exército liderado por William The Conqueror. William queria o trono inglês porque ele tinha uma relação familiar com o rei anglo-saxão Eduardo, o Confessor. Eduardo morreu e não deixou herdeiros, então resolveram colocar o cunhado dele, Harold no lugar de novo rei. William disse que Eduardo tinha lhe prometido o trono e invadiu a Inglaterra para conseguí-lo na “marra”, já que não queriam que ele fosse o novo rei.
William, the Conqueror não era muito querido pela população, portanto ele tinha várias pequenas fortalezas espalhadas pela cidade, onde costumava se esconder em momentos instáveis. Onde fica a Torre de Londres hoje em dia, já existia uma dessas pequenas fortalezas que ele usava, mas a estrutura maior começou ser construída nos anos 1070s (não se sabe exatamente a data). A primeira parte que foi construída foi a White Tower e naquela época, o edifício era tido como imenso, com 27,5 metros de altura. A torre era protegida por muralhas, para reforçar a segurança de William e também de outros reis e rainhas que usaram essa torre nos anos posteriores. Ela nunca foi a residência real principal porque os monarcas preferiam palácios mais suntuosos, como o de Westminster. A Tower of London era uma base nos momentos mais tranquilos e um refúgio nos momentos de crise.
Com o passar dos séculos mais construções foram feitas. Foi no século XIV que a torre ficou mais parecida com o que vemos hoje em dia.
O Rei João da Inglaterra, que reinou entre o século XII e XIII foi o primeiro a colocar animais na Torre de Londres, para entretenimento da corte. Leões, tigres, macacos, entre outros animais que ficaram conhecidos como Royal Beasts. E a “tradição” foi mantida por 600 anos, até que em 1832, os que ainda restavam, foram enviados para o zoológico.
No século XVI, a Torre de Londres deixou de ser residência real e passou a ser usada mais como prisão. O Rei Henry VIII (Henrique VIII), cortou relações com Roma, e com isso, muitos religiosos e políticos tidos como “traidores”, por não terem as mesmas ideias que o rei, acabaram presos e executados. Duas das esposas do Rei Henry VIII também ficaram presas e foram executadas na Tower of London.
Também no século XVI foi quando a Torre abriu para os primeiros visitantes, mas foi no século XIX que o número de pessoas visitando o local realmente cresceu, e foi quando a Tower of London sofreu uma grande restauração. Hoje em dia é uma das maiores atrações turísticas do mundo e Patrimônio Mundial pela Unesco.
A entrada, comprada online, custa £21,50 e para comprar lá, na hora, custa £24,80. Tanto para comprar online, quando para comprar na hora, existe um preço “with donation“, onde você paga um pouco a mais e o dinheiro vai para uma instituição de caridade. O audioguia custa £4,00 e se você entende inglês, existe a opção de fazer uma visita guiada (grátis).
Passamos várias horas na Torre de Londres e mesmo assim não vimos tudo. São muitas atrações em uma!
O vídeo que fiz lá para o YouTube ficou bem extenso e completo, com mais explicações do famoso ponto turístico, portanto aconselho vocês a assistirem para saber mais, assim esse post não precisa ficar super longo (como o vídeo!)… 😉
Saindo da Torre de Londres, demos de cara com a Tower Bridge, Ponte basculante sobre o Rio Tâmisa que começou ser construída em 1886 e foi inaugurada em 1894.
A Tower Bridge é um dos pontos turísticos mais visitados de Londres e é uma das pontes mais famosas do mundo. Quando passamos por lá ela estava em reforma (agora não está mais!), mas normalmente, mais de 21 mil veículos atravessam a ponte todos os dias.
Para quem tem interesse em saber mais sobre esse ponto icônico de Londres, é possível visitar o Tower Bridge Exhibition, que fica dentro da ponte e como o próprio nome diz é uma exibição sobre como a ponte funciona e toda a história desde a construção. A entrada custa £9,80.
Estávamos com fome e fomos caminhando até o Borough Market, o mercado mais antigo da cidade, com aproximadamente 1000 anos de existência.
Além de vários produtos frescos, queijos, vinhos e outras delícias que você pode levar pra cozinhar e consumir na sua casa, por lá também você encontra várias opções de comida para “reabastecer” durante as caminhadas pela cidade. No dia que fomos estava cheio de barraquinhas com comidas de várias partes do mundo, mas como fomos com uma ideia em mente, passamos por essas barracas direto e paramos no Kapacasein Dairy, um lugar com um sanduíche de queijo grelhado ma-ra-vi-lho-so!!!
Comemos o sanduíche, ficamos bem satisfeitos e fomos passear mais um pouquinho pelo mercado…
Eu tinha lido em algum lugar sobre o donut da Bread Ahead, mas tinha esquecido completamente essa informação, até avistar uma barraquinha dentro do Borough Market. Apesar de estarmos satisfeitos, não resistimos e compramos um donut para cada um. O meu de caramelo e o do Marc de baunilha. Sem comentários! Delícia pura!!
Já estava escuro mas eu ainda queria ver algumas coisas (e mostrar pra vocês também!), então fomos caminhando até o Shakespeare’s Globe.
O Globe foi um teatro construído em 1599, destruído em 1613 por um incêndio e no mesmo ano reconstruído. Mas, em 1642 aconteceu uma Guerra Civil e o teatro acabou fechando, sendo demolido em 1644. Shakespeare era um dos sócios desse teatro.
A construção que vemos hoje em dia, que também é um teatro, foi erguida muito próximo de onde ficava o Globe original. Quem mandou construir foi um ator e diretor americano chamado Sam Wanamaker, mas infelizmente ele faleceu antes da inauguração. Não se sabe exatamente como o antigo Globe era, mas era parecido com o edifício que vemos hoje em dia.
É possível ver por dentro em uma visita guiada feita em grupos e custa £16,00, ou você pode comprar a entrada para assistir uma peça de teatro que pode custar de 10 a 60 libras.
Como estávamos muito perto do Tate Modern, que é um museu de arte moderna, resolvi dar um pulinho até lá para mostrar para vocês uma das muitas atrações gratuitas da cidade.
O Tate Modern faz parte, junto com o Tate Britain, Tate Liverpool, Tate St. Ives e Tate Online, de um grupo chamado Tate. Ele foi inaugurado no ano 2000 e fica instalado em uma antiga central elétrica que foi desativada em 1981. Na coleção do Tate Modern tem Picasso, Matisse, Francis Bacon e vários outros artistas famosos.
Como eu disse, a entrada é gratuita, mas normalmente as exposições temporárias são cobradas. Confesso que já visitei o Tate Modern algumas vezes e nunca paguei para ver uma das exposições temporárias. São vários andares de obras expostas na “faixa”, então vale muito a pena se você gosta de arte.
Já estava chegando a hora de nos despedirmos da cidade, então atravessamos a Millenium Bridge, que é uma ponte suspensa para pedestres, feita de aço e que foi inaugurada no ano 2000.
Essa ponte atravessa o Rio Tâmisa ligando a região de Bankside com a City of London. A Millenium Bridge começou ser construída em 1998, a partir de um projeto de Norman Foster. Quando foi inaugurada descobriram que ela balançava muito, então interditaram a ponte dois dias depois da inauguração, fizeram vários ajustes e ela foi reaberta somente em 2002.
Para os fãs de Harry Potter: a Millenium Bridge aparece no filme Harry Potter e o Enigma do Príncipe.
Atravessando a ponte já demos de cara com a St Paul’s Cathedral (Catedral de São Paulo), que é uma catedral anglicana, sede do Bispo de Londres. Foi nessa catedral que o príncipe Charles e a Lady Di se casaram, em 1981.
Antes do edifício atual, que é do século XVII, existiram várias outras igrejas no local. O arquiteto responsável pela obra foi Christopher Wren. A cúpula da St Paul’s é uma das maiores do mundo e na catedral aconteceram funerais importantes como de Winston Churchill e Margaret Tatcher e outras celebrações como a do Jubileu de Diamante da Rainha Elizabeth II.
É possível visitar a Catedral de São Paulo e a entrada custa £18,00 (se quiser economizar £2,00, é só comprar antecipado e online).
Uma “dica” para visitar a igreja sem pagar é ir em uma das missas. Mas, quem entra pra missa, é pra assistir a missa, não pode ficar “perambulando” e tirando fotos pela igreja. Clique aqui para saber os horários das missas (site em inglês).
Eu que nunca entrei na catedral e fui pouquíssimas vezes na parte de fora, fiquei mais uma vez sem conhecer mais desse prédio histórico. Quando chegamos lá já estava fechada e também tinha uma arquibancada na lateral, atrapalhando um pouco a vista.
Assim terminou nosso passeio por Londres. Na minha opinião, a cidade sempre vale a pena, mesmo que você não possa entrar em todos os pontos turísticos, as ruas da cidade respiram história e diversidade.
Mapa do nosso roteiro no segundo dia na cidade:
Vídeo do passeio:
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