Florença é uma cidade italiana, capital da região da Toscana e da província de Florença. A cidade tem cerca de 400 mil habitantes e é considerada o berço do Renascimento italiano. Em Florença nasceu Dante Alighieri (autor da Divina Comédia), o pintor Botticelli, o escultor Donatello e muitos outros artistas importantes.
Começamos o nosso dia na Piazza del Duomo, na frente da Cattedrale di Santa Maria del Fiore, ou o Duomo de Florença. A catedral é a principal igreja da cidade e a construção foi iniciada em 1296. O projeto foi do arquiteto e escultor Arnolfo di Cambio e foi construída sobre as fundações da antiga catedral.
Como a construção durou muitos anos, quando Arnolfo di Cambio morreu, outros arquitetos assumiram a obra. A famosa cúpula por exemplo, foi construída por Filippo Brunelleschi.
A entrada da catedral é gratuita. Para visitar a cúpula, o campanário (Torre de Giotto), a cripta, o batistério e o Museo dell’Opera di Santa Maria del Fiore, paga-se 15 euros (um ticket só que dá direito a entrada em todos esses locais). Para quem tem tempo na cidade, indico comprar a entrada e visitar tudo o que tem direito. O ingresso é válido por 48 horas.
A Torre de Giotto (Campanário de Giotto) é a torre do sino da catedral. Construída entre o séc. XIII e XIV. Quem deu início a obra (alicerces) foi o mesmo arquiteto da catedral. O nome da torre vem de Giotto di Bondone, que assumiu a construção em 1334 e faleceu em 1337. A torre tem quase 85 metros de altura e é revestida, assim como a catedral, de mámore branco, vermelho e verde. O ticket para subir na torre faz parte do “pacote” que falei anteriormente.
Atrás da catedral fica o Museu dell’Opera di Santa Maria del Fiore (Museu do Duomo). Fundado em 1881, nele estão obras de Donatello e Michelangelo, além de outros artistas. É um dos mais antigos museus de Florença e também um dos mais importantes. São cerca de 750 objetos, entre eles estátuas, objetos de bronze e prata e também fragmentos da fachada medieval do Duomo. A entrada também está no pacote que citei anteriormente.
E também na Piazza del Duomo, fica o Batistério de São João (Battistero di San Giovanni). O bastistério faz parte do complexo do Duomo, que inclui a catedral, o campanário e o museu. Começou ser construído no séc. IV e foi consagrado no séc. XI. Dante foi batizado no Batistério de São João.
O batistério é muito famoso por suas portas de bronze. O portão leste, chamado de Portão do Paraíso, é o mais conhecido. Folheado a ouro, com uns 5 metros de altura e cheios de detalhes, esculpido por Lorenzo Ghiberti, no séc. XV. Cada cena do portão retrata uma parte do Antigo Testamento. Os portões que ficam no batistério hoje em dia, são réplicas. Para ver os originais, é só visitar o Museu do Duomo. 😉
Depois de entrar na catedral e dar um “rolezinho” pela praça, já tinha chegado a hora do almoço. Costumo me programar melhor com os lugares para comer, mas dessa vez eu estava meio perdida e acabamos em um restaurantezinho perto do Duomo, que até tem bons reviews no Google e no TripAdvisor, mas, não demos sorte no dia da nossa visita. O moço que nos atendeu parecia que estava em outra dimensão (rs…), a comida não tinha nada demais (relação sabor, tamanho da porção e preço). Mas, foi o suficiente para forrar o estômago e assim podermos continuar nosso passeio. Ah, o nome do restaurante que comemos: Oliandolo.
Saímos do restaurante e fomos em direção a Galleria dell’Accademia, que foi fundada no séc. XVIII, para ser um local de estudo para os alunos da Academia de Belas Artes. Nela estão várias obras de Michelangelo, entre elas a famosérrima estátua de David, um dos símbolos de Florença!
Juro que a intenção era visitar a Galleria, mas sabíamos que corríamos o risco de pegar uma fila gigantesca se não comprássemos a entrada antecipada. E foi o que aconteceu… Fila gigante, nós dois sem tickets, deixamos pra lá. E aí fica a “desculpa” para voltar para Florença, ver o tal do David ao vivo e a cores! A entrada custa 8 euros, e se for comprar online você paga mais 4 euros pela “reserva”.
Só no caso de alguém não saber que escultura é essa que estou falando, o tal do David de Michelangelo: é a obra mais famosa do escultor e a estátua retrata o herói bíblico David. Foi esculpida a partir de um bloco de Mármore de Carraca, entre 1501 e 1504, e tem mais de 5 metros de altura. É considerada uma das mais importantes estátuas do Renascimento. Mais pra frente, nesse post mesmo, vai ter uma foto de uma réplica do David, que fica em uma das praças da cidade. 😉
Bom, com a “desistência” de visitar o David, ops, a Galleria, fomos “peruar” mais um pouco pela cidade.
Acabamos no Mercato Centrale (Mercado di San Lorenzo). A estrutura de ferro do mercado foi construída em 1874 pelo mesmo arquiteto da Galeria Vittorio Emanuelle de Milão, lembra que já falei dela aqui?!
Na parte de dentro do mercado você encontra barraquinhas com frutas, legumes, carne, peixe, produtos regionais, quiosque vendendo lampredotto (sanduíche típico de Florença), além de um andar inteiro com restaurantes e bares.
E nas ruas ao redor do edifício do mercado, ficam várias bancas que vendem artigos de couro, acessórios e lembrancinhas.
Do mercado caminhamos em direção à Basílica de Santa Maria Novella, que fica pertinho da estação ferroviária de mesmo nome. A basílica começou ser construída em 1279, para substituir a antiga igreja que ficava no local. Foram os monges dominicanos que organizaram a construção e ela ficou pronta em 1420, depois sofreu mais algumas modificações.
A igreja e o museu abrigam várias obras primas da pintura e escultura florentina e o claustro é muito bonito. A entrada custa 7,50 euros (igreja + museu).
Passamos um bom tempo apreciando a igreja e seu museu, depois caminhamos até a Via Tornabuoni, uma rua bem glamurosa de Florença. Nela estão várias lojas luxuosas, hóteis e cafés. Tem Prada, Gucci, Armani, Tiffany, Roberto Cavalli, Rolex… e por aí vai! Vale dar uma passadinha, mesmo se você não for comprar nada, assim como eu. 😀
Chegamos na Piazza della Repubblica, onde estão alguns dos cafés mais famosos e antigos da cidade. O Gilli, de 1733 e o Paszkowski, de 1846. Na praça também fica o Hotel Savoy, um dos melhores de Florença e o Hard Rock Café. No local da praça, antigamente ficava o gueto judeu, e entre 1865 e 1870 a área foi transformada no que hoje é considerado o centro da cidade.
Da Piazza della Repubblica fomos até a Via dei Calzaiuoli, uma rua central onde passa muita gente, o tempo todo! Ela liga a Piazza della Signoria a Piazza del Duomo. A rua tem várias lojas, de todos os tipos, de sapatos, bolsas, maquiagens… Tem loja da Disney, da L’Occitane, da Fossil… Enfim, muito boa para fazer compras!
Na Via dei Calzaiuoli fica a lateral da Igreja de Orsanmichele, onde originalmente ficava um mercado de grãos e que foi “transformado” em igreja entre o final do séc. XIV e começo do XV. Em volta do edifício existem várias estátuas, e esse foi um pedido da prefeitura, que convidou as guildas a doarem uma estátua do seu santo padroeiro para decorar as catorze capelinhas da fachada.
Hoje em dia, as estátuas que vemos do lado de fora são réplicas, as originais estão no museu da igreja, que só abre às segundas-feiras. A entrada é grátis.
Pela Via dei Calzaiuoli fomos caminhando até a Piazza della Signoria, centro cívico e político de Florença e cheia de turistas! 😀 Nessa praça, que é uma das principais da cidade, fica o Palazzo Vecchio, alguns cafés e restaurantes, várias estátuas e a Loggia dei Lanzi (galeria de esculturas a céu aberto).
O Palazzo Vecchio atualmente é a sede da prefeitura e também abriga um museu. Em estilo gótico medieval, começou ser construído no séc. XIII e teve outros nomes, como Palazzo dei Priori e Palazzo della Signoria. No início o palácio era a sede da “signoria”, principal orgão do governo da República Florentina. Com o governo dos Médici, os Duques da Toscana, o palácio passou a ser a residência da família. Quando Cosmo I de Médici transferiu a residência para o Palazzo Pitti, esse passou a ser chamado de Palazzo Vecchio (Palácio Velho). Sua torre tem 94 metros de altura e é possível visitar o museu do palácio, custa 10 euros.
Na frente do Palazzo Vecchio fica uma réplica da estátua de David.
Na Piazza della Signoria também fica a Loggia dei Lanzi (ou Loggia della Signoria), construída no séc. XIV, por Benci di Cione e Simone Talenti para abrigar a assembléia e para comemorações públicas. Começou ser decorada com estátuas do séc. XVI. Entre elas podemos admirar Perseu e a cabeça da Medusa, de Cellini e o Rapto das Sabinas, de Giambologna. É um pequeno museu a céu aberto e “loggia” quer dizer galeria, uma arcada aberta. O nome Loggia dei Lanzi vem de Lanzichenecchi, que foram soldados mercenários que serviram o Sacro Império Romano que usaram esse local de acampamento por um tempo.
Coladinho na Piazza della Signoria fica a Gallerie degli Uffizi (Galeria dos Ofícios), que é um palácio que abriga um dos mais famosos e antigos museus do mundo. Nele estão obras do séc. XII ao XVIII e a melhor coleção do mundo de obras do Renascimento. Tem Caravaggio, Leonardo da Vinci, Michelangelo, Rafael, Ticiano, Rembrandt, Botticelli entre outros artistas.
O edifício começou ser construído em 1560, a mando de Cosimo I de Médici, para ser usado pelos gabinetes legais e administrativos. A entrada no museu custa 8 euros na hora e comprando online sai por 12 euros (porque eles cobram 4 euros de “reserva” do bilhete).
Se você prestar atenção no edifício da Gallerie degli Uffizi, na passagem que leva até a Ponte Vecchio, e sobre as construções da própria ponte, você verá um caminho, um corredor. É o chamado Corredor Vasariano, conhecido também como o Percurso do Príncipe. Existem algumas histórias relativas a esse corredor, uma delas é que no ano de 1565, Francesco I, filho de Cosimo I, casou com a filha do Imperador da Áustria, Giovanna e para impressionar os convidados do casamento, ele fez uma decoração maravilhosa na cidade e mandou construir esse corredor que vai do Palazzo Vecchio até o Palazzo Pitti.
Mas, a história com mais “lógica” é que o corredor foi construído para ser uma forma da família dos Duques da Toscana chegar até o centro administrativo da cidade em segurança, sem precisar de escolta. Atualmente no percurso dos corredores estão expostas mais de 600 obras de arte. Só dá pra visitar mediante reserva, e quando passamos na cidade a visita ao corredor estava suspensa e pelo jeito o corredor ainda está fechado. Nesse link aqui, tem o preço da visita guiada (em inglês), que abrange o museu, o corredor e o Giardino di Boboli no Palazzo Pitti. 89 euros!! Caro! Mas são 3 horas de visita e que deve valer a pena no fim das contas.
E enfim chegamos no cartão postal de Florença, a Ponte Vecchio (Ponte Velha)!
A Ponte Vecchio é uma ponte em arco medieval, sobre o rio Arno. Famosa por suas joalherias foi construída em 1345. Antes dela existiram outras pontes que foram destruídas pelas cheias do rio.
Onde hoje em dia vemos vitrines cheias de ouro e brilhantes, antigamente se via carne pendurada, porque o que existia na ponte eram vários açougues. E por que essa mudança “brusca” de açougues para joalherias? Porque o Grão-duque de Florença, não curtia o cheiro e mudou os açougues de lugar. Manda quem pode, obedece quem tem juízo! 😛
Atravessamos a ponte e caminhamos até a Ponte Santa Trinita, que é uma ponte muito elegante e de lá se tem uma vista ótima da Ponte Vecchio.
A Ponte Santa Trinita foi construída em madeira, em 1252, mas também foi destruída pelas cheias e reconstruída várias vezes. O desenho que vemos hoje é obra de Michelangelo e Bartolomeo Ammannati.
Bom, a ideia era terminar o passeio por Florença nessa ponte, mas, estávamos muito perto de um lugar que foi indicado por várias pessoas para comer a melhor pizza da cidade, o Gusta Pizza. Como comer pizza na Itália é uma espécie de ritual que tem que acontecer várias vezes na semana (são deliciosas e baratas!), fomos provar a tal da pizza. E a palavra foi: decepção!
A pizza do Gusta Pizza é no estilo napolitana, que é uma espécie de pizza mais “borrachenta” do que nós brasileiros estamos acostumados. Eu já tinha comida pizzas assim antes e tinha gostado, mas algo aconteceu com a pizza do Gusta Pizza, a minha estava muito mais elástica do que o normal e a do Marc estava okay, mas longe de estar maravilhosa. Fomos bem atendidos, o preço foi justo (uns 20 euros por 2 pizzas + cerveja), mas o sabor e a consistência das pizzas deixaram a desejar.
Enfim, não sou uma especialista em pizza, eu só entendo mesmo é de comer e essa foi apenas a opinião de duas pessoas (Marc e eu). O local tem vários reviews ótimas no Google e no TripAdvisor e pode ser que nós dois que não sabemos apreciar uma boa pizza! Hehe… 😉
De qualquer forma, fica minha outra dica de pizza estilo napolitana em Florença: Pizza Napoli 1955. Essa eu provei num outro dia de passeio pela cidade e gostei muito!! 😉
Mapa do nosso roteiro por Florença:
Vídeo do passeio por Florença:
4 Comentários
Olá Maureen, eu e minha esposa adoramos todas as dicas, tenho visto todos o seu vlog, estaremos fazendo uma tour pelo norte da Itália, de 06 a 25 de março, nessa sequência; Verona, Veneza, Milão e Florença, nessa última ficaremos 8 dias e pretendemos fazer um bate e volta em Pisa em um desses 8 dias em Florença, iríamos de flixbus, mas o horário não ajuda, queremos chegar cedo em Pisa e retornar no finalzinho da tarde, ou a noite, estamos tentando descobrir como ir, ou de trem, ou de ônibus regular, se for possível, e tbm descobrir como ir até a Primark de Florença, rsrs, se puder dar umas dicas agradecemos, senão a gente se vira. Boa viagem pra vcs no seu lindo motorhome, uhuu!! Abraço!!
Oi Rogerio. Só vi seu comentário agora e provavelmente vocês já estão com o roteiro mais que pronto e curtindo a Itália nesse momento! Acredito que a melhor opção para ir de Florença até Pisa é de trem. Cuidado na estação de trem de Pisa que normalmente é bem movimentada e fora dela tem uma galera meio “estranha”. Nada para se preocupar muito, é só pra tomar cuidado mesmo, hehe… Espero que você volte aqui depois para me contar como foi!! Um abraço…
QUERIDAAAAAAAAAAA! Estou adorando seu vídeos, eu e meu esposo fizemos um tour de 10 dias pela Itália e estou com sindrome de abstinência, kkkkk, morta de saudades… e você está meio que me fazendo um bem danado. Bjs
Que bom que está gostando dos vídeos Andrea!! Realmente eles são uma ótima forma de matar a saudade de algum destino, hehe… Um beijo!
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