O que fazer em Hamburgo?
Vem comigo que vou lhe dar dicas e contar um pouco da história da cidade!
Primeiro, você precisa saber que a cidade tem um nome “oficial” longo: Cidade Livre e Hanseática de Hamburgo! Esse nome vem da sua história como membro da Liga Hanseática, que foi uma organização político-econômica do final do séc. XII (que durou até o séc. XVII) criada na Alemanha e que envolvia cidades livres mercantis do norte europeu.
Hamburgo é a segunda maior cidade da Alemanha (a primeira é Berlim), tem aproximadamente 1,7 milhões de habitantes e se contarmos a região metropolitana, são mais de 5 milhões de pessoas.
É uma cidade portuária e fica às margens do Rio Elba. O porto de Hamburgo é o terceiro mais movimentado da Europa (o primeiro é o de Roterdã).
Já dei uma pequena introdução, então agora vamos falar sobre o que vimos no nosso dia na cidade!
Começamos o passeio por Hafen City, que é uma região que está sendo revitalizada e tem uma arquitetura mais moderna. Como ainda está em processo de revitalização, várias obras estão sem terminar (previsão de término em 2025).
Hafen City era uma antiga área portuária, e com a renovação algumas empresas conhecidas (como a Unilever), transferiram suas sedes pra lá. Até o Greenpeace tem sua sede em Hafen City.
Em Hafen City você vai encontrar museus, bares, restaurantes, hotéis, escritórios e também apartamentos residenciais. Por lá fica o Museu Marítimo Internacional de Hamburgo, que resolvemos não visitar porque só tínhamos um dia na cidade e uma visita nesse museu levaria umas 3 horas. A entrada custa €15,00 (preço atualizado em abril/2023).
Caminhamos um pouquinho e chegamos no Speicherstadt (traduzindo: Cidade dos Armazéns), que é o maior bairro de armazéns do mundo e Patrimônio Mundial pela UNESCO desde 2015. Fica dentro do Hafen City e foi construído entre 1883 e 1927.
A arquitetura do Speicherstadt é em estilo neogótico, com tijolinhos vermelhos, muito diferente de outros lugares que já vi na Europa. Essa área era livre de impostos por causa de um acordo quando a cidade entrou para a Confederação Alemã.
Uma das atrações do Speicherstadt é o Speicherstadtmuseum, que é um museu que mostra como funcionavam esses armazéns no final do séc. XIX. Lá se pode ver as ferramentas que eram utilizadas, os maquinários, e também saber mais sobre a história da construção do bairro. A entrada custa €4,40 (preço atualizado em abril/2023).
Dica: tem um passeio noturno de barco, que sai do Speicherstadt e passa por Hafen City, pela Elbphilharmonie (falarei sobre esse lugar ainda nesse post) e pelo Cais de St. Pauli. Dizem que é um passeio belíssimo, mas, tem um pequeno “porém”, o guia só fala alemão. Você pode reservar esse passeio clicando aqui.
Indo na direção do Miniatur Wunderland, que era a atração que tínhamos maior interesse na visita à cidade, avistamos a Igreja de Santa Catarina, construída no séc. XIII, para atender os pescadores do Rio Elba. A torre da igreja tem 117 metros e ela sofreu ataques aéreos na Segunda Guerra Mundial, sendo restaurada na década de 50. É uma das 5 principais igrejas luteranas da cidade.
Em 1701, Johann Sebastian Bach, que na época tinha 16 anos, veio da sua casa, que ficava a 50km de Hamburgo, só para ouvir o órgão da Igreja de Santa Catarina.
Só admiramos a igreja de longe e fomos fazer o que nos interessava: visitar o Miniatur Wunderland, que é uma atração de ferromodelismo e é a maior instalação do mundo nesse estilo.
Para quem não sabe a definição de ferromodelismo ou modelismo ferroviário, pedi uma ajuda do Dicionário Michaelis para explicar: é a arte ou técnica de projetar e construir modelos de trens, composições e vagões em miniatura.
É muito fácil ficar lá dentro algumas horas, e foi o que fizemos. Tem lojinha, banheiro, restaurante, então você vai entrando nas salas e ficando maravilhado com a perfeição das miniaturas e acaba esquecendo que existe mais cidade para ver! 😀 Não é à toa que é uma das atrações mais famosas da Alemanha.
Tem miniatura de paisagens da Escandinávia, Áustria, Suíça, Estados Unidos, Alemanha, Itália, entre outros países e estão sempre construindo partes novas. É tudinho feito a mão!
O movimento das miniaturas e a troca de luz são controlados por computadores, a cada 15 minutos o dia vira noite e depois a noite vira dia. 🙂
O preço dos tickets pode variar conforme o dia e horário de entrada, mas aconselho comprar ou reservar antecipadamente, para não correr o risco de chegar lá e ter que esperar muito tempo na fila. Você pode comprar/reservar no site oficial do Miniatur Wunderland.
Depois de um par de horas apreciando paisagens fantásticas em escala reduzida, saímos caminhando para conhecer mais da cidade. Passamos em frente o Spicy’s Gewürzmuseum, que é o museu de especiarias. Não visitamos, mas ele abrange a história de Hamburgo com as especiarias que por séculos desembarcaram no porto da cidade. Fica em um armazém histórico e tem mais de 900 amostras de temperos que contam a história do comércio dessas especiarias nos últimos cinco séculos.
Para quem gosta do assunto, deve ser bem interessante. Além de conhecer mais da história, você aprende sobre as origens, como utilizar e armazenar cada tempero. A entrada custa €6,00 (preço atualizado em abril/2023).
E chegamos na “diferentona” Elbphilharmonie, que começou ser construída em 2003. O orçamento inicial do projeto era de 77 milhões de euros e a abertura estava prevista para 2010, mas no final das contas custou 900 milhões e abriu apenas em 2017. Os arquitetos foram Herzog & de Meuron, os mesmos do Tate Modern em Londres e do Estádio Olímpico de Pequim.
A superfície super moderna de vidro foi construída sobre um armazém e abriga salas de espetáculos, um hotel e um spa. É possível fazer uma visita guiada pelo edifício, para mais informações (em inglês), clique aqui. O Get Your Guide também oferece uma visita guiada em inglês ou alemão (sem as salas de espetáculo), para saber mais ou reservar, clique aqui.
Andamos em volta do edifício, pegamos uma certa distância para fazer algumas fotos e continuamos o passeio…
Como todo bom turista em Hamburgo, não poderíamos deixar de visitar o St. Pauli Landungsbrücken, docas flutuantes com 700 metros de comprimento que começaram ser construídas em 1839 e serviam de docas para os navios a vapor, porque o carvão que eles precisavam ficava armazenado no local. De 1907 a 1909 a área foi ampliada e na Segunda Guerra Mundial ficou bem danificada, sendo reconstruída entre 1953 e 1955.
Do Landungsbrücken saem alguns dos passeios de barco que você pode fazer por Hamburgo. Um deles é uma excursão de 2 horas de duração pelo Porto de Hamburgo que é muito interessante mas tem o mesmo “porém” do outro passeio que citei acima, o guia fala apenas alemão. Se você entender alemão ou tiver interesse em fazer o passeio apenas pelo visual, clique aqui para reservar.
Continuamos nossa caminhada até a Reeperbahn, que é uma rua e um lugar de entretenimento. Durante o dia é mais tranquilo, mas durante a noite a vida na região é bem agitada.
A Reeperbahn fica no bairro de Sankt Pauli, e é nessa região que fica o Bairro da Luz Vermelha de Hamburgo. Bom lembrar que a rua com vitrines exibindo garotas de programa é fechada por um tapume e só homens maiores de idade podem entrar. Se uma mulher entrar, as prostitutas vão pedir com educação (ou não) para ela sair.
Além das vitrines com prostitutas, tem baladas para todos os gostos. É palco de despedidas de solteiro e festas em geral. Confesso que não sei se teria o pique para aguentar uma balada por lá… Quando passamos durante o dia, estava sossegado, mas dava para notar o “ar” pós noitada do local.
Dica para os Beatlemaníacos: nesse bairro fica a rua Grosse Freiheit, que foi onde os garotos de Liverpool estrearam em solo alemão (antes de ficarem famosos). Eles tocavam no Clube Indra, que fica no número 64.
Fomos caminhando pela Reeperbahn, em direção a Igreja de São Miguel e no caminho vimos as Tanzende Türme, ou Torres Dançantes, que têm 75 metros de altura e abrigam escritórios, um restaurante, um bar e uma estação de rádio.
Chegamos na St. Michaelis Kirche, ou Igreja de São Miguel, que é uma das cinco principais igrejas luteranas de Hamburgo. É a igreja mais conhecida da cidade e como o próprio nome diz, é dedicada ao Arcanjo Miguel.
No local onde está a Igreja de São Miguel, já existiram outras duas igrejas, uma foi destruída por um raio e a outra por um incêndio. O edifício como vemos hoje, é de 1912. Como muitos outros prédios em Hamburgo, na Segunda Guerra Mundial ela foi bem danificada.
A torre tem 132 metros e é possível subir na estrutura. Dizem que a vista lá de cima é fantástica. Custa €8,00 para subir na torre e €6,00 para entrar na cripta. Se comprar o ticket combinado sai por €10,00 (preços atualizados em abril/2023). Ah, para entrar na igreja, é de graça. Demos uma olhadinha rápida e a decoração é bem “clean”. Não tenho fotos, mas você pode assistir o vídeo no fim do post para ver por dentro. 🙂
Seguimos caminhando, passamos pela Neuer Wall, uma rua para compras de luxo. Se você gosta de alta costura, joalherias, sapatos, móveis de design, prepare o cartão de crédito! Nessa rua estão as lojas mais caras da cidade: Gucci, Louis Vuitton, Montblanc e por aí vai.
O nome Neuer Wall significa “nova muralha”, e teve origem por causa de um dos muros de defesa da cidade que ficava exatamente onde está a rua hoje em dia.
Chegamos na Rathaus, que foi construída entre 1886 e 1897. Rathaus significa prefeitura, mas como Hamburgo é uma cidade-estado, nesse edifício fica o governo municipal e o estadual.
Em 1842 Hamburgo sofreu um grande incêndio que destruiu uma boa parte da cidade. O prédio que abrigava a antiga Rathaus foi dinamitado para impedir que esse incêndio tomasse proporções ainda maiores. Depois de 44 anos, reconstruíram o edifício no local onde ficava um antigo convento. Eles oferecem visitas guiadas em inglês e alemão.
Do ladinho da praça fica a Alsterarkaden, que é uma galeria com lojas chiques e cafeterias e tem uma arquitetura muito elegante (rende umas boas fotos!).
Já estávamos cansados de tanto caminhar por Hamburgo, mas antes de terminarmos o passeio, demos uma olhadinha no Lago Alster. Aliás, uma curiosidade: é chamado de lago, mas na verdade é um represamento de um rio que passa pela cidade e acaba formando dois lagos (Alster interior e exterior).
E como tínhamos que caminhar até próximo ao Museu da Fotografia para pegarmos nossas bicicletas que deixamos “estacionadas” por lá, resolvemos dar uma olhada por dentro da Hauptbahnhof, que é a estação central de trem de Hamburgo.
Foi aberta em 1906 e por dia passam quase 500 mil pessoas pelo local, fazendo dela a estação de trem mais movimentada da Alemanha. Dentro, além dos trens, você encontra mercadinhos, farmácia, lanchonete e lojas.
Depois da estação de trem, pegamos nossas bikes e pedalamos de volta para a área de motorhome onde deixamos nossa “casa sobre rodas”. Então, bom escrever sobre isso também nesse post! 🙂 Na nossa passagem por Hamburgo, estávamos de motorhome e ficamos em uma área específica para esse tipo de veículos, chamada Wohnmobilhafen Hamburg. Não é o lugar mais lindo e charmoso desse mundo, mas quebra um galho se você estiver de motorhome e quiser dormir próximo ao centro da cidade e ainda ter algum conforto como banheiro e eletricidade. Parece que está sempre lotado, e eles não reservam vagas, então o negócio é chegar cedo e ficar na “fila”, conforme outros veículos forem saindo, eles vão dando entrada nos novos “hóspedes”.
Da área para motorhomes pedalamos uns 2km até o Museu da Fotografia, onde deixamos as bicicletas e dali partimos fazer tudo a pé.
Se você pretende ficar em hotéis quando visitar a cidade, use a caixa de pesquisa abaixo para ver disponibilidade, valores e reservar.
Assista o vídeo:
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