O que fazer em Madri em 2 dias

Madri é a capital da Espanha e da comunidade autônoma de mesmo nome (Comunidad de Madrid). Tem quase 3,3 milhões de habitantes, sendo assim a maior cidade do país.

No meu canal no YouTube tem um vídeo de 2015, onde filmei um passeio de 2 dias pela cidade, mostrando vários dos pontos turísticos mais importantes. Apesar desse vlog ter muitas visualizações, somente a pouco tempo percebi que não tinha um post detalhado aqui no blog dando dicas de Madri.

Se você está com viagem marcada para Madri ou tem planos de conhecer a cidade no futuro, esse post é para você! Vou lhe ajudar a decidir o que fazer em Madri em 2 dias!

A capital espanhola tem uma luz incrível e um céu azul deslumbrante na maior parte do ano. É cosmopolita, moderna e com muitas opções relacionadas à cultura e arte. Uma cidade cheia de vida, história, com ótimos museus, cafés, bares e parques. Em dois dias não tem como conhecer tudo o que Madri tem para proporcionar, mas dá para entender um pouco da cidade e ficar com vontade de voltar. 

Começamos nosso passeio pela Puerta del Sol, a praça mais movimentada e famosa de Madri. Onde fica o quilômetro zero da cidade (a partir desse lugar conta-se a distância de Madri à outras cidades da Espanha). É na Puerta del Sol que os madrilhenhos e turistas se reunem no réveillon para as 12 badaladas do relógio à meia–noite, e praticam sua tradição de comer 12 uvas (uma por badalada). Inclusive, esse evento é transmitido na tv. Obs.: Tentei comer as tais das uvas em duas viradas de ano aqui na Espanha (onde estou no momento!) e não consegui porque engasguei.

O lugar tem o nome de “Puerta” porque era onde ficava o principal portão de entrada de Madri no século XV. Hoje em dia é ponto de encontro dos madrilenhos e também local de manifestações.

Olhando pra cima, você vai ver o anúncio do Tio Pepe no topo de um dos prédios históricos que rodeiam a praça. Esse anúncio é de uma marca de vinhos e faz parte da paisagem desde 1935. A princípio foi colocado apenas como um letreiro comercial, mas nos dias de hoje tem valor simbólico e sentimental para a cidade.

Na Puerta del Sol você também vai encontrar o grande símbolo de Madri, El Oso Y el Madroño, que é uma escultura de um urso comendo frutinhas de uma arvorezinha de madroño.

No dia que passamos pela praça, estava começando o burburinho de uma manifestação que aconteceria em algumas horas, então nós resolvemos fugir do movimento e caminhar pela Calle del Arenal até o Teatro Real.

O Teatro Real, conhecido também como La Opera, é a maior casa de ópera de Madri e também recebe produções relacionadas à dança e musicais. Foi fundado em 1818 e inaugurado em 1850 e tem capacidade para 1746 pessoas. Fica na Plaza de Oriente, uma das praças históricas de Madri.

O Teatro Real oferece tours guiados e com audioguia em vários idiomas (não tem em português). São 3 diferentes tipos de tours, para mais informações acesse o site do teatro clicando aqui.

Na Plaza de Oriente também fica o Palacio Real, mas no primeiro dia passamos “batido” por ele. Fomos direto para os Jardines de Sabatini, que ficam na fachada norte do palácio.

Os jardins fazem parte do Palácio Real e foram construídos na década de 30 onde ficavam os antigos estábulos do palácio. O nome é uma homenagem a Francesco Sabatini, um arquiteto italiano que viveu no séc. XVIII e foi quem projetou além dos jardins, algumas partes do Palácio Real. Foram abertos ao público pelo Rei Juan Carlos em 1978.

É um dos lugares mais bonitos de Madri e bom para sentar depois das andanças ao redor da cidade. Tire 15 minutinhos para descansar as pernas e admirar os jardins. O acesso é gratuito.

Depois de dar uma voltinha pelos Jardines de Sabatini, caminhamos até o Campo del Moro, que fica no lado oeste do palácio e tem esse nome porque foi local de acampamento do exército muçulmano que sitiou Madri entre 1100 e 1200.

Antes de se tornar um parque público, o Campo del Moro foi lugar de caça e torneios da realeza. É um local bem tranquilo e arborizado, com fontes, e se der sorte você consegue ver até uns pavões por lá. A entrada é grátis e pensávamos que poderíamos entrar por um portão mais próximo aos Jardines de Sabatini, mas apenas conseguimos acessar pelo Paseo de la Virgen del Puerto, então tivemos que caminhar um pouquinho até acharmos a entrada.

De lá, caminhamos até o Templo de Debod, um templo do séc. II a.C. que foi uma doação do governo egípcio à Espanha, no ano de 1968, em agradecimento pelas contribuições do país no salvamento de locais históricos que seriam inundados quando a Represa de Asúan fosse concluída. Inaugurado em 1972, no Parque del Oeste, o templo ficava originalmente no Vale do Nilo, no Egito, e é dedicado aos deuses Amon e Ísis. Para ser transportado até Madri, teve que ser desmontado.

O templo fica ao ar livre e você pode visitar a parte de fora em qualquer horário, mas existe uma parte que é fechada e abre para visitação entre 10h e 20h, de terça a domingo.

Opções de passeio para fazer em Madri:

 

Clique aqui para mais dicas de passeios em Madri

E para terminar o primeiro dia de passeio por Madri, fomos até a Plaza de España, que fica pertinho do templo.

A Plaza de España é uma praça bem popular e fica em uma das pontas da Gran Vía, que é a rua mais conhecida de Madri. É uma praça com fonte, jardins, monumentos, árvores e ao redor dela ficam dois edifícios emblemáticos da cidade, a Torre Madrid e o Edifício España.

A praça fica em uma área central e ao redor tem opções de hotéis e restaurantes, além de uma estação de metrô. Atualmente a Plaza de España está em reforma, com previsão de término para fevereiro de 2021.

E assim terminou nosso dia de muita andança por Madri. Entramos na estação Plaza de España e pegamos o metrô de volta para o apartamento que alugamos pelo Airbnb.

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Mapa do roteiro do dia 01 em Madri:

 

 

Um pouco cansados do passeio do dia anterior, acordamos no segundo dia com uma certa preguiça, mas um domingo lindo em Madri nos esperava, então levantamos, tomamos um banho, pegamos o metrô e fomos para o Mercado del Rastro, ou El Rastro.

O Rastro é o mercado de pulgas mais importantes de Madri e acontece aos domingos e feriados no bairro La Latina a partir das 9h da manhã. Tem mais de 400 anos e conta com centenas de barraquinhas que vendem vários tipos de objetos, como utensílios para cozinha, roupas, móveis, artesanato, acessórios e livros. É bem conhecido pela venda de objetos e roupas usadas, mas também tem muita coisa nova.

O nome El Rastro (traduzindo: o rastro) não tem uma origem muito romântica, vem do rastro de sangue que era deixado quando os animais eram transportado dos matadouros para os curtumes que existiam na região.

O mercado costuma ficar bem lotado, mas mesmo assim é um lugar legal para dar um passeio e fazer algumas comprinhas. E deixo aqui um pequeno (e importante!) aviso: fique sempre de olho na sua bolsa, carteira e celular, principalmente nas ruas mais movimentadas, pois esse é um lugar onde os batedores de carteira costumam “atacar”.

Depois da visita ao mercado, é tradição beber e comer tapas no bairro La Latina. Nos fins de semana os bares ficam lotados e as duas principais ruas que abrigam a maioria dos bares e restaurantes são a Calle de la Cava Alta e Calle de la Cava Baja. La Latina é um bairro histórico e uma das áreas mais antigas e tradicionais de Madri. Não conheço muito o bairro, as vezes que estive por lá foi apenas de passagem, mas dizem que é uma área bem cara de se morar.

E mais uma vez, deixei de conhecer La Latina e “tocamos” para outros pontos mais conhecidos da cidade. Fomos em direção ao Palacio Real.

O Palacio Real é oficialmente a residência do Rei da Espanha, mas ele prefere morar em um outro palácio mais modesto que fica nos arredores de Madri, o Palacio de Zarzuela. O Palacio Real ficou destinado a acolher cerimônias de estado e à visita de turistas. Já visitamos por dentro e posso dizer que além de ser bonito por fora, é por dentro também. Tem algumas salas especiais, como a antiga farmácia e uma destinada à armaria espanhola, onde se pode admirar armaduras para homens e cavalos.

As salas que ficam na parte interior do castelo são muito luxuosas, mas nem vai se animando pensando em tirar várias fotos da ostentação toda porque é proibido fotografar e filmar dentro do palácio. Nesse link você encontra mais informações como tarifas e horários de visita: www.patrimonionacional.es

Se você domina a língua espanhola ou inglesa, indico um tour guiado ao Palacio Real, para reservar o tour, clique aqui. 

Do ladinho do palácio, fica a Catedral Santa María La Real de la Almudena, que é a maior igreja de Madri.

A construção da catedral começou em 1885 e foi evoluindo de forma bem lenta devido a falta de verba. O projeto só foi considerado concluído em 1993, quando ela foi consagrada pelo Papa João Paulo II.

A entrada é gratuita, mas é pedida uma doação de 1 euro para ajudar na manutenção da catedral. Na porta tem uma caixinha para as doações. A Catedral de la Almudena tem um museu, e a entrada custa 6 euros. O horário de funcionamento do museu é das 10h até às 14h30min (fecha aos domingos).

Nessa altura já era horário de almoço e resolvemos comer em um restaurante que já conhecíamos, chamado Segun Emma. Fui procurar o site deles para colocar o link aqui e descobri que infelizmente o Segun Emma fechou. Era um lugar com comida de qualidade e com um ótimo preço. Ficava bem na frente do Mercado de San Miguel.

O Mercado de San Miguel foi inaugurado há mais de 100 anos, como um mercado de alimentos. Hoje em dia é um mercado gastronômico, passeando por ele é possível fazer um tour pela culinária da Espanha. Tem presunto, frutos do mar, paella, queijos, doces, cafés, tapas gourmet, cerveja, vinho…

É um local que normalmente está cheio de turistas e nas minhas visitas a Madri sempre dou uma passadinha por lá para dar uma olhada no movimento, mas confesso que nunca me animei a comer ou beber algo no mercado. Na minha opinião as comidas e bebidas do Mercado de San Miguel são um pouco caras. Mas para quem não está pensando muito em dinheiro, é uma boa forma de conhecer um pouco da culinária da Espanha. Já vou avisando que tudo “salta aos olhos” e parece delicioso. 🙂 Para mais informações sobre o mercado e para saber o horário de abertura, clique aqui.

Depois do almoço demos uma passada na Plaza Mayor, uma das praças mais famosas da cidade. Localizada no coração da Madri antiga, é um lugar onde os turistas e moradores da cidade adoram passear, comer, aproveitar o dia… Tem vários restaurantes em volta da Plaza Mayor, bons para tomar um café, cerveja ou una copa de vino. 😉

Projetada em 1619 por Juan Gómez de Mora, no princípio era chamada de Plaza del Arrabal. Desde então muitos eventos aconteceram na Plaza Mayor, como touradas e condenações da Inquisição Espanhola. Hoje em dia o clima é outro, nada de touradas e condenações!

A praça sofreu 3 grandes incêndios, nos anos de 1631, 1670 e 1790. No centro fica uma estátua de Felipe III que foi colocada lá no ano de 1848. A Plaza Mayor é lindíssima e é um dos mais importantes pontos turísticos de Madri. Ainda abriga eventos, mas ainda bem que são eventos mais “leves”, como por exemplo, o Mercado de Natal. 

Caminhamos mais uns 10 minutinhos e chegamos na Gran Vía, uma das principais ruas de Madri e a mais conhecida. Ela tem o apelido de “Broadway de Madri”, porque é onde ficam localizados os teatros de musicais.

A Gran Vía começa na Calle de Alcalá e termina na Praça de Espanha. Além dos teatros, também tem restaurantes, lojas de roupa, alguns cinemas e está sempre movimentada, sendo assim uma importante área comercial, turística e de lazer. Foi criada entre 1910 e 1931 e marcou o início da modernização da cidade.

No final de semana que visitamos Madri, estava acontecendo a Vuelta a España, uma competição de ciclismo profissional. Portanto, o movimento na região central estava um pouco diferente do que já tínhamos visto em outras ocasiões. Alguns lugares estavam fechados para circulação de carros e na Gran Vía tinha grades de contenção entre a calçada e a rua.

Continuamos nosso passeio, passando em frente o Edifício Metropolis, prédio emblemático de Madri. Ele fica na confluência entre a Calle de Alcalá e a Gran Vía.

O edifício foi projetado em 1905 pelos arquitetos franceses Jules e Raymond de Février e inaugurado em 1911 para abrigar a companhia de seguros La Unión y el Fénix. Em 1972 a seguradora Metropolis adquiriu o prédio.

Quando foi construído, no topo do edifício foi colocada a estátua de uma fênix, símbolo da seguradora, mas hoje em dia, a estátua que vemos no topo é da deusa Vitória. O Edifício Metropolis tem 45 metros de altura e não é aberto a visitação. 

Mais cinco minutos de caminhada e chegamos na Fuente de Cibeles, que é uma fonte monumental que fica na praça de mesmo nome.

O Rei Carlos III ordenou sua construção no final do século XVIII. Foi projetada pelo arquiteto madrilenho Ventura Rodríguez e é cercada por vários edifícios imponentes, entre eles o Palácio de Comunicaciones (Palácio de Cibeles), atualmente sede da Prefeitura de Madri.

A fonte, esculpida em mármore, é formada pela estátua da deusa romana Cibeles em uma charrete puxada por dois leões que representam os personagens mitológicos Hipomene e Atalanta. Quando construída era muito mais que um ornamento, a fonte tinha a função de abastecimento de água. A Fuente de Cibeles é também um lugar de celebração dos títulos do clube Real Madrid.

A vista da fonte ficou prejudicada por causa da Vuelta da España, então descemos o Paseo del Prado que é uma avenida declarada Bem de Interesse Cultural e durante séculos foi lugar de recreação para os madrilenhos. Nele fica o famoso Museo del Prado.

O Museo Nacional del Prado, é um dos museus mais importantes do mundo e também um dos mais visitados. Celebrou seu bicentenário em 2019 e tem a coleção de pintura espanhola mais completa do mundo.

A coleção do Museu del Prado se baseia principalmente em pinturas do séc. XVI a XIX. Entre quadros de grandes nomes da arte mundial, estão obras-primas de Diego Velázquez, El Greco, Rembrandt, Botticelli, Caravaggio, Rubens e Goya. A entrada custa 15 euros e se você gosta de museus, indico reservar pelo menos uma manhã para visitá-lo.

Se museu não é sua praia, mas gostaria de dar uma olhadinha mesmo assim, você pode visitar gratuitamente, é só chegar uma hora antes de fechar. Ah, e fica o aviso: não pode filmar e nem tirar foto dentro do museu. Para mais informações e horário de funcionamento, clique aqui.

Outros dois museus importantes em Madrid são: Museo Reina Sofía e Museo Thyssen-Bornemisza.

Como já tinha visitado o museu antes e não poderia filmar e nem fotografar para o canal e para o blog, resolvemos não entrar dessa vez. Continuamos caminhando pelo Paseo del Prado e chegamos na Estação de Atocha, principal estação de trem de Madri. Ela foi inaugurada em 1851 e reformada e ampliada em várias ocasiões.

Como não conhecíamos a estação por dentro, entramos para conhecer. Gostamos bastante do Jardim Tropical que fica dentro da estação. Ele deixa o visual mais bonito e também dá um clima de calmaria (vamos combinar que estações de trem nem sempre são lugares calmos, né?!).

Gostaria de acrescentar uma observação aqui para quem quer seguir exatamente o roteiro que estou apresentando nesse post: você pode deixar a visita a Estação de Atocha de lado. Nós fomos porque eu tinha curiosidade de conhecer, mas é uma estação de trem e não um ponto turístico, e sai um pouco do caminho, acrescentando um bom trecho de caminhada ao seu passeio.

Da estação fomos caminhando até o Parque del Retiro, o parque mais importante de Madri, inaugurado em 1868. O Retiro é uma das principais atrações turísticas e um dos pulmões da cidade. Com 125 hectares, oferece atividades culturais, de lazer e esportes.

Eu amo o Parque del Retiro! É um lugar onde turistas e locais (muitos locais!) se misturam lindamente. Bom para fazer um piquenique, levar crianças para brincar e cachorros para passear.

Lá você pode conhecer o Palácio de Cristal, uma estrutura de ferro e vidro, que foi construída em 1887 no formato de uma estufa gigante para abrigar plantas tropicais para a Exposição Flora das Ilhas Filipinas. Hoje em dia funciona como sala de exposições.

O parque é grande e tem várias atrações, portanto, se você gosta desse tipo de lugar pode reservar algumas horas para passear pelo Retiro. Os jardins são lindos e você pode alugar um barquinho para remar no Estanque Grande, que é um lago artificial.

Nessa altura do dia, já tinha começado escurecer e tinha chegado a hora de nos despedirmos de Madri. Saímos do Parque del Retiro pelo portão que fica de frente para a Puerta de Alcalá, uma das cinco antigas portas reais que davam acesso à cidade. A construção  é em formato de arco do triunfo, em granito, em estilo neoclássico e fica no centro da Plaza de la Independencia. Inaugurada no ano de 1778, foi construída para substituir outra porta que ficava no local.

Mapa do roteiro do dia 02 em Madri:

 

 

Esses foram nossos dois dias em Madri e espero que esse roteiro ajude vocês com o planejamento de viagem pela capital espanhola.

Se você pretende se hospedar em hotéis quando visitar Madri, abaixo deixo algumas dicas de hotéis 4 e 3 estrelas e também opções de hostel e apartamentos.

Hotéis:

Sterling

Exe Suites 33

Eurostars Central

Hostel:

Cats Hostel Madrid Sol

Las Musas Hostel

room007 Ventura Hostel

Apartamentos:

Apartamentos Sol Mayor

Estudio Moderno Centro

Panoramic Charming Studio

Para ver preço de outros hotéis em Madri, CLIQUE AQUI

Para quem quer conhecer mais cidades ao redor de Madri durante a estadia na capital, indico o passeio bate e volta até Toledo. Para reservar essa excursão, clique aqui.  

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